segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Tempestade em copo d'água

Nessa confusão toda,
Minha tristeza chorou alto.

Imenso, silencioso e viciante
-Céu, amor!


Ninguém entende.

Quanto mais me contradizem, mais vou em frente, mais sofro;
Dói ter a certeza do adeus.

Arranco meus olhos,
Estou tão cega!
Vou vivendo nessa mentira que envolve todos esses corpos.


Sigo então, arrastando pelo carpete, minhas asas machucadas,
E só descansarei quando a tempestade terminar.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Banal

Como tudo, tudo era tudo, tudo era nada, nada era tudo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

À Venda

Aquilo que não se vende: vedado e vendado!

Bololô

Na pureza da amizade,
Somos todas de carne:
Carne de pão,
Sangue de vinho tinto.
(Amor de copo, de brinde, de vida).

Na malicia do amor,
Somos todas de carne:
Carne de outros,
Sangue de vinho branco.
(Amizade de corpo, de brinde, de vida).

Morrendo Em Câmera Lenta

Com um isqueiro, acendestes o fogo dos meus olhos,
E queimastes meu pavor, restando somente as cinzas.
Incêndio no prédio alto da rua um tanto movimentada;
E o mundo morre, e a gente morre: nesse fogo incessante.

...

carinhos cegos, delicadezas surdas, momentos mudos

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ess Muss Sein

Tomou um longo banho gelado

Saiu e secou-se com a toalha

Não quis colocar a roupa

Encaminhou-se até a sala

Sentou-se no sofá listrado

Acariciou o gato malhado

Piscou demoradamente

Sentiu o frescor da tarde

Levantou-se

Foi até a janela

Observou

Escutou

Fumou

Suspirou

Deixou-se

Cair

Nua.