segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dilúvio

I
Chove um mundo aconchegante e sofrido.

II
Escondo-me da bagunça habitual
Num abraço apertado,
Tenho a alma quieta.

III
Meus pés estão molhados
E minha alma está quente,
Sinto tua respiração morna
E aconchego minha cabeça no teu peito.

IV
Gotas que separam o antes do agora.
Aprendi a apreciar a banalidade
E a gostar do amável.

V
Nesse frio que me consome,
Não quero mais o abraço verde listrado,
Quero apenas o aconchego do quarto amarelado.

VI
Jogo minhas dores passadas numa poça,
E dentro do guarda-chuva negro
Guardo as lembranças que valem à pena.

VII
Escondo minha nostalgia num casaco preto abotoado.

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