Olhar fixo, dentes que mordem os lábios com leveza.
Coluna ereta, coxas juntas, joelhos dobrados;
Pés que tocam o chão frio, arrepiando o resto do corpo;
Mãos imóveis, pousadas sobre as pernas grossas.
Ouve-se a maré ritmada da respiração em alto e bom som.
Impulsos, pulsos, batimentos cardíacos, tambores incansáveis.
Delírios de tristeza, verdades inconvenientes, pensamentos que voam,
Agitam o ambiente morto, dançam como loucos preocupados.
Ao fundo, o “Blues da Piedade” toca baixo, e se encaixa bem ao momento,
As batidas da musica que marcam o ritmo do pensamento ou da falta dele.
Tudo e nada ao mesmo tempo, dentro de um só suspiro.
A música acaba e tudo parece tão normal e simples.
Todo esse mundo inútil e maltrapilho, tão egoísta e mesquinho.
O silêncio grita alto: “Senhor piedade!”.
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